quarta-feira, 17 de abril de 2013

Governo instala comissão para reavaliar sigilo de documentos

Detetive especialista.

Governo instala comissão para reavaliar sigilo de documentos

Criação de grupo foi determinada pela nova Lei de Acesso à Informação.
Comissão é formada por dez ministros, que respondem pelo Executivo.


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A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, coordenou nesta terça-feira (2) a instalação da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, última instância de recurso para quem teve pedidos de informação negados por órgãos do governo. A comissão está prevista na Lei de Acesso à Informação, em vigor desde maio. Formada apenas por ministros do governo federal (veja integrantes abaixo), ela responderá apenas por pedidos de informação ao governo federal.
A Lei de Acesso à Informação acaba com o sigilo eterno de documentos públicos e estabelece prazo máximo de 50 anos para que as informações classificadas pelo governo como ultrassecretas sejam mantidas em segredo.
A comissão funcionará como a quarta instância à qual o cidadão poderá recorrer caso tenha algum pedido de informação negado ou caso a informação prestada não seja considerada satisfatória pelo requerente.
A primeira instância de recurso é a própria autoridade da área que negou a informação, a segunda instância é o ministro de Estado que responde pela área e a terceira é a Controladoria-Geral da União (CGU), órgão que centraliza os pedidos relacionados à lei.
Quando o recurso chega à Comissão de Reavaliação de Informações, esse grupo terá o poder de reavaliar o sigilo dos documentos e alterar o nível de classificação ou até mesmo julgar pela desclassificação, o que tornaria público o acesso ao documento.
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Composição
A comissão, segundo informações da assessoria da Casa Civil, é hoje formada pelos ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Miriam Belchior (Planejamento), Maria do Rosário (Direitos Humanos), José Eduardo Cardozo(Justiça), José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional), Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), Jorge Hage (Controladoria-Geral da União), Guido Mantega (Fazenda), Celso Amorim (Defesa) e Antonio Patriota (Relações Exteriores).
Foram designados ainda suplentes, todos do Executivo, que poderão eventualmente substituir os membros permanentes.
A composição da Comissão Mista de Reavaliação de Informações foi objeto de discórdia entre o Congresso Nacional e a presidente Dilma Rousseff. No projeto original enviado pelo governo, o colegiado seria composto apenas por membros do poder Executivo. Os parlamentares, porém, alteraram esse artigo e incluíram a necessidade de haver também representantes do Judiciário e do Legislativo.
Quando o projeto voltou ao Planalto, para sanção da presidente, Dilma vetou a alteração. Ela justificou na época que "a participação de representantes do Legislativo e do Judiciário viola o princípio constitucional da separação dos Poderes", segundo foi publicado no Diário Oficial da União. No caso dos pedidos de informação dirigidos ao Judiciário e Legislativo, a lei prevê que esses Poderes façam uma regulamentação própria sobre as formas e instâncias para recorrer.
Recursos
De acordo com informações da CGU, 30 recursos já foram encaminhados à comissão, mas não tiveram encaminhamento porque o grupo ainda não havia sido instalado. Esses pedidos foram lidos na reunião desta terça-feira e deverão ser julgados no próximo encontro, ainda sem data marcada.
Os documentos de governo são classificados em três tipos: reservado (mantidos em segredo por cinco anos), secreto (15 anos) e ultrassecreto (25 anos).
Além de reaver o sigilo de documentos, a comissão mista, de acordo com informações da Casa Civil, pode estabelecer diretrizes que supram lacunas da Lei de Acesso à Informação. Durante a primeira reunião do grupo, ficou decidido que a CGU produzirá uma minuta do regimento interno da comissão.
Balanço
Segundo dados da CGU, desde que Lei de Acesso à Informação entrou em vigor – em 16 de maio deste ano – , o governo registrou 36,7 mil demandas, dais quais 34 mil foram respondidas. As demais se encontram no prazo legal para resposta, que é de 20 dias prorrogáveis por mais 10 mediante justificativa do órgão. Os dados foram fechados às 8h desta terça-feira (2).
Do total de pedidos respondidos, informou a controladoria, 8% foram negadas e 6% não puderam ser atendidos "por tratarem de matéria de competência legal do órgão demandado ou pelo fato da informação não existir".
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) lidera em número de pedidos, com 12% do total. Em seguida, está o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), responsável por 7% do total de demandas.
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